A empresa possui 20 patentes globais, produz inúmeras soluções de nanotecnologia para indústrias nacionais e estrangeiras, já vendeu 40 toneladas de nanopartículas, e surgiu a partir de uma startup da UFMG.A ampliação da estrutura, inaugurada em agosto passado em Minas Gerais, se justifica pela necessidade de aumentar e diversificar a capacidade produtiva, já que a empresa vai lançar novos produtos com aplicações em diversas áreas, como: automotiva, energia, siderurgia, construção, aeroespacial e química, entre outras.
A Nanum Nanotecnologia ainda é pouco conhecida no Brasil pelo fato de, até agora, ter focado a estratégia comercial no exterior, exportando 100% da produção, com destaque para o fato de ter se tornado fornecedora de tintas magnéticas da multinacional HP, uma das maiores indústrias de tecnologia do mundo e líder em equipamentos de impressão, sediada nos Estados Unidos. A empresa mineira obteve a primeira patente de tinta magnética nanotecnológica usada na impressão digital de documentos de segurança, como cheques – ainda impressos em larga escala em vários países, e documentos oficiais de órgãos públicos.
O alto nível de tecnologia usado nos laboratórios, e na planta industrial da Nanum Nanotecnologia, levaram à criação de soluções inéditas e inovadoras, o que sempre elevou o risco dos investimentos realizados pela empresa. O sócio e presidente do Conselho Administrativo da Nanum Nanotecnologia, Ailton Ricaldoni Lobo, conta que queria “uma empresa que não fosse uma revenda de produtos importados, mas sim uma empresa que desenvolvesse tecnologia própria. Nós exportamos conhecimento e produtos com alto valor agregado ao invés de commodities. Somos uma equipe que sonha alto e com formação sólida. Temos vários doutores e mestres na equipe”.
Nanum Nanotecnologia foi fundada há 15 anos e está sediada em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte. A empresa tem mais de 20 patentes de soluções nanotecnológicas aplicáveis ao mercado global. O destaque é para o Hipercapacitor Molecular (HCM), que tem potencial para impulsionar o setor de energia no Brasil e no mundo.
A indústria mineira é a primeira no hemisfério sul a criar e produzir tintas magnéticas usadas na impressão de documentos de segurança a partir de nanomateriais desenvolvidos em laboratórios próprios e fabricados em escala industrial. A partir da nova planta industrial, a empresa focará no mercado nacional e destinou R$ 60 milhões para a ampliação das instalações, um espaço 20 vezes maior que a fábrica atual.
Inovações
O produto mais revolucionário em fase final de desenvolvimento na Nanum tem potencial para impulsionar o setor de energia no Brasil e no mundo. Trata-se do Hipercapacitor Molecular (HCM), que armazena energia em pequeno espaço e fornece potência elevada em um curto intervalo de tempo, como a energia necessária para fazer drone decolar. A tecnologia já foi patenteada pela Nanum, e representa um avanço significativo em relação aos supercapacitores existentes no mercado mundial. O HCM é fundamental para viabilizar avanços importantes para a sociedade, na visão do superintendente de Inovação da CNI – Confederação Nacional da Indústria, Carlos Bork. “O projeto mundial de mobilidade não vai acontecer sem soluções como a do Hipercapacitor. O mercado precisa de empresas que trabalhem em nichos como a Nanum Nanotecnologia, que tem potencial para atingir uma cadeia de valor inteira”, afirma Bork.
Até o final do primeiro trimestre de 2025, a Nanum Nanotecnologia pretende lançar seis linhas de produtos e alguns deles, sem similares no Brasil. Uma das grandes novidades é a tinta que impede a aderência dos respingos de soldas em parafusos que compõem a estrutura dos veículos quando ainda estão na linha de produção das montadoras, reduzindo custos e aumentando a velocidade de produção. A nova tinta é ecológica, à base de água, diferentemente da solução adotada hoje e amplia a adequação das montadoras às práticas ESG.
Segundo o diretor Comercial da Nanum Nanotecnologia – Alexandre Caldeira, “com a ampliação de nosso portfolio, viabilizada por uma nova planta industrial com tecnologia de ponta e por equipes altamente qualificadas, teremos capacidade para atender indústrias de diversos segmentos que mostram interesse crescente pelas nossas soluções de alto valor agregado para aumentar o desempenho de produtos finais”.
Para o engenheiro químico e PhD em Engenharia de Materiais, CEO e sócio da Nanum Nanotecnologia, José Fernando Contadini, “a nova linha de produtos destinada ao mercado interno mostra como a nanotecnologia tem potencial para acelerar o processo de inovação e de modernização das indústrias brasileiras com soluções inéditas e de alto potencial de resultados como nossos compostos à base de grafeno”.
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