Termo pouco conhecido pela população, se refere a efeitos danosos causados aos pacientes após iniciarem alguns tratamentos médicos. Especialista alerta para os riscos e dá dicas de como evitar esse problema

Já ouviu falar em iatrogenia? Termo bastante conhecido por profissionais da saúde, se refere a danos causados ao paciente em razão de tratamentos que ele se submete. Em idosos, essa situação se agrava, principalmente, pelo fato de consultarem diversos especialistas, simultaneamente. De acordo com a enfermeira e diretora da Viver Essencial Care, Maria Cristina Soares Brandão, é uma situação que pode ser evitada. “Devemos tomar conhecimento dos efeitos colaterais dos medicamentos, comprar medicamentos com receita médica, evitar a automedicação, procurar ter sempre um médico gestor para conversar com toda a equipe que atende o paciente”, revela.Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população está vivendo cada dia mais. O número de idosos cresceu 18% nos últimos cinco anos e estima-se que em 2020 um quinto da população será de idosos. Diante desse cenário, a área da saúde tem investido em mudanças para promover a melhoria das condições de saúde, por meio da prática de exercícios físicos, alimentação saudável, check-ups frequentes, exames minuciosos e equipes de saúde especializadas.

Os efeitos colaterais da iatrogenia em idosos são tonteira, boca seca e aumento do risco de queda, entre outros. De acordo com a especialista, existem duas formas de controlar a iatrogenia. “Por meio do Critério de Beers, que consiste em uma listagem de medicamentos considerados inapropriados e/ou pouco seguros para serem administrados em idosos, e o Critério Stopp e Start, uma ferramenta de rastreio que ajuda médicos e farmacêuticos na detenção de potenciais erros na prescrição de medicamentos”, informa.

“O atendimento domiciliar, com uma equipe integrada e qualificada proporciona aos idosos um cuidado em todas as suas esferas. Isso promove a recuperação e a visão global do paciente”, diz Maria Cristina. Por isso, resolveu fundar, juntamente com sua sócia, Letícia Rodrigues, a Viver Essencial Care.

“É preciso pensar na integração total do paciente. Por isso, serviços que dão autonomia e uma maior interação com os familiares são primordiais no tratamento, como musicoterapia, arteterapia, massoterapia, avaliação neuropsicológica e tratamento de dor”, completa a especialista. Além dos idosos, outros grupos também podem vir a ter iatrogenia: os em pós operatórios, oncológicos, drogadictos, com fraturas, entre outros.